terça-feira, 10 de janeiro de 2012

• Goodbye to Romance •

Cá estamos novamente, doutor.
Confesso que dessa vez, pensei que fosse demorar um pouco mais.
Tudo bem, o que seria da vida se não fossem os desencontros? Hoje é melhor eu não responder.
Estamos aqui, em mais um típico dia cinzento e insosso.
Hoje eu desaprendi a ter fé, esperar e acreditar em dias de sol. Hoje tudo aqui é vendaval e poeira nos olhos, por isso estou aqui, pra não ferir.

Dizem que é perigoso despertar as pessoas de seus sonhos, hoje entendi.
Mas eu precisava contar que, existem duas palavras que aprendi depois de cair e me jogar tantas vezes no chão: CONTINUAR VIVENDO. É isso que farei.

Um dia desses, volto pra contar que perdi o medo de voar de novo, que estou sorrindo, que chorei a madrugada toda e me embriaguei pra tentar anestesiar, depois volto e reviro todas as fotos empoeiradas e digo que nada vai mudar, volto e conto que tudo é mutável e caio, me jogo, contradito, peço perdão e sinto ódio, sinto falta e sinto nojo, digo que foi a última vez, que não me entregarei, prometo não amar, não sofrer e não sonhar.
Doutor, o senhor sabe que eu não sei viver pela metade, se for pra sofrer, que seja de todas as dores, se for pra sorrir, que mostre todos os dentes. E não adianta, sou irremediável e gosto de ser assim.
Eu não procuro cura, não quero imunidade, quero sofrer e chorar, quero injetar caos e respirar confusão, porque eu sei que, sou maior que todos os problemas, que depois que resolver um, criarei outro ainda maior, porque isso me move e eu não sei ser fixa, domável.

Doutor, eu vou continuar dançando.
Na chuva, sozinha, sentindo cada gota no rosto.. o que importa é que eu continuarei dançando, com ou sem par, mesmo se não tiver platéia, eu danço por mim, a vida continua e eu continuarei vivendo.

Um dia desses, alguém me convida pra dançar.
Enquanto houver música, haverá um chance de ser feliz.
E se um dia a música parar, a gente improvisa e canta, só pra não morrer de vez.

O mundo pode acabar, eu estarei dançando.
Goodbye to Romance.




4 comentários:

  1. e essa chuvinha atrapalhando a saidinha entre amigos, comofazz? uhauhauha

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  2. "eu danço por mim"
    Assim que deve ser!
    Abraço

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  3. Você tem o dever de se afastar dos Caos e não tem o direito de envolver as pessoas neles.

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  4. Querido "Anônimo",
    Eu tenho o dever de viver minha vida do jeito que eu quiser, da forma que me cabe e me faz feliz ou no mínimo, viva.
    Quanto as pessoas "envolvidas", algumas entram sem querer, mas, todas ficam por que querem.
    Cada um é responsável pelo que aceita e se deixa viver, por isso uma vida pra cada. Fácil é joga no colo alheio o fracasso pessoal, a desordem interna.

    Live and let die ;)

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