segunda-feira, 24 de maio de 2010

- Enjoy the Silence -

Nunca havia ficado sem palavras e com a boca tão próxima do silêncio.
Eu, um ser falante, que tem necessidade de expressar todos os conceitos e {des}conceitos de tudo, me vi sem respostas, sem ponto de partida.
Seu silêncio não é vazio, é cheio de ideias, seu silêncio diz tudo e me faz sonhar.
É na ausência da sua voz que descubro como é bom tê-la "perto".
É na falta que me faz que se faz necessário te ouvir, nem que ouvir seja apenas o tão (ben)dito silêncio..
Eu que sempre senti medo do vazio, do não falado, do não interpretado. Com você aprendo a existir de outro ângulo.
É o seu silêncio que me faz falar de amor, do pseudo "amor louco sem fronteiras". É sua falta de coragem que me faz querer.
Você me pegou pelos pés e me senti mais forte, te descobri como se descobre o segredo da vida.
Eu, tão munida de frases prontas, clichês e filosofia me rendi ao monocromático sentido das suas respostas. Eu que sempre estou em busca delas.
Não há resposta pra tudo, você me ensinou. O que move são as perguntas e não há coerência em ser tão objetiva se essa coisa toda é tão variável.
Quero viver nesse silêncio que diz tudo, pois nesse silêncio há você.


P.s.: Você precisava rezar, mas não faça isso. Tenho que contar, sou o demônio que te acompanhará o resto da vida.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

O Caos, os dedos, os riscos.

O caos me leva a escrever.
Não costumo escrever quando tudo está bem, não tem graça narrar uma vitória. Sou movida por derrotas.
Enfrente ao computador, com os dedos congelando e dançando freneticamente em um movimento uniforme traço meus embaraços.
Nunca gostei de relatar meus sorrisos, é a desesperança que me leva ao abismo do "ser ou não ser".
Ela é surreal, sim, vem andando de forma platônica dentro de um deserto imaginário.
Tudo aqui é só imaginação, o toque, o cheiro, tudo programado para parecer real.
Ela sempre tem esse sorriso sacana entre os lábios e os dedos, sempre esteve com o domínio de tudo, enquanto eu dançava com a respiração descompassadada, querendo ter toda sua atenção.
Sempre tentei entender a dualidade das coisas, descobri que não me é possível, partindo do princípio que SOU a dualidade das coisas.
Não sei lidar com ossos e olhos tão de perto, lutei a vida toda até chegar aqui para ter o singelo direito de ver e sentir a leveza das coisas.
O mundo é mais gostoso quando está em suas mãos, os movimentos harmônicos e as voltas que ele dá. Fica tudo em seu lugar.
E nisso, tanto medo.
Medo de não ter meu mundo particular ao acordar. Medo de não sentir a ausência dos teus braços. Não suportaria não ter você, nem mesmo em sonho, não suportaria a ausência dos desvaneios.
Escreveria pra quem? Nem mesmo teria pra onde ir.
Você não me ouve, não olha em meus olhos. O que se passa aqui dentro não é fumaça, não é brisa matinal. É tormenta, furacão, tempestade. Dessas que arrastam tudo que encontra no caminho. Não te quero pouco, bem menos de longe.
Me perdi na estrada da ilusão e da realidade. Perdi tudo nessa estrada quando te encontrei.
Não vou perder você, não posso perder a única coisa que me mantem caminhando.

Seguir sempre, foi isso que você me disse.