quinta-feira, 20 de maio de 2010

O Caos, os dedos, os riscos.

O caos me leva a escrever.
Não costumo escrever quando tudo está bem, não tem graça narrar uma vitória. Sou movida por derrotas.
Enfrente ao computador, com os dedos congelando e dançando freneticamente em um movimento uniforme traço meus embaraços.
Nunca gostei de relatar meus sorrisos, é a desesperança que me leva ao abismo do "ser ou não ser".
Ela é surreal, sim, vem andando de forma platônica dentro de um deserto imaginário.
Tudo aqui é só imaginação, o toque, o cheiro, tudo programado para parecer real.
Ela sempre tem esse sorriso sacana entre os lábios e os dedos, sempre esteve com o domínio de tudo, enquanto eu dançava com a respiração descompassadada, querendo ter toda sua atenção.
Sempre tentei entender a dualidade das coisas, descobri que não me é possível, partindo do princípio que SOU a dualidade das coisas.
Não sei lidar com ossos e olhos tão de perto, lutei a vida toda até chegar aqui para ter o singelo direito de ver e sentir a leveza das coisas.
O mundo é mais gostoso quando está em suas mãos, os movimentos harmônicos e as voltas que ele dá. Fica tudo em seu lugar.
E nisso, tanto medo.
Medo de não ter meu mundo particular ao acordar. Medo de não sentir a ausência dos teus braços. Não suportaria não ter você, nem mesmo em sonho, não suportaria a ausência dos desvaneios.
Escreveria pra quem? Nem mesmo teria pra onde ir.
Você não me ouve, não olha em meus olhos. O que se passa aqui dentro não é fumaça, não é brisa matinal. É tormenta, furacão, tempestade. Dessas que arrastam tudo que encontra no caminho. Não te quero pouco, bem menos de longe.
Me perdi na estrada da ilusão e da realidade. Perdi tudo nessa estrada quando te encontrei.
Não vou perder você, não posso perder a única coisa que me mantem caminhando.

Seguir sempre, foi isso que você me disse.

Um comentário:

  1. Que jeito com as palavras! *-*

    É exatamente essa instabilidade que nos motiva, pessoas que necessitam do movimento que somos.
    Seria uma mesmice se tudo desse sempre certo, haveria um vácuo, uma falta de assunto, seria uma sem-gracisse...não sei por que razão, mas até mesmo a melancolia parece muito mais inspiradora!

    Me identifiquei com o texto! =]

    ResponderExcluir